quinta-feira, 26 de junho de 2014

FRUTO, ORAÇÃO E BÊNÇÃO


Por  
Romildo Gurgel


FRUTO ESTÁ ASSOCIADO DIRETAMENTE A ORAÇÃO, bem como oração anuncia a qualidade relacional do discípulo com algo ainda não estabelecido completamente. Sendo assim, a oração nasce pela necessidade de se concretizar algo já iniciado no interior do discípulos e que já começou a frutificar mas não ainda totalmente.
“...Eu vos escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome” (João 15:16b)
A origem da frutificação do discípulo vem de Deus, porque fomos escolhidos por ele para irmos, se não formos, a frutificação não acontecerá.  Deus não nega nada aos discípulos que estão fazendo a sua vontade na medida que estão indo. A resposta certa para Deus responder a oração consiste em frutificar na sua vontade, ir, até se tornar realidade completa experimental.
A finalidade do fruto permanente é que Deus pretende nos dar aquilo que viermos a lhes pedir. Na obediência de “irmos”, tudo ainda não é definitivo, devido a sua vulnerabilidade do enfrentamento dos processos de continuidade até definitivamente se transformar em fruto permanente.
Se estivermos em Cristo e suas palavras estiverem em nós, poderemos pedir estando certos de que nossas petições serão respondidas positivamente. Primeiro a sua palavra tem que residir em nossa consciência, onde frutificaremos na obediência. Consequentemente, Deus não irá ignorar nossas orações, pois guardamos sua palavra frutificando nelas enquanto Deus ouve nossas petições. A palavra, residindo em nossos corações, fará com que nada pratiquemos e peçamos que seja inadequado a sua palavra, por isso que seremos ouvidos por Ele. Sendo assim, saberemos o que iremos pedir, visto que a petição estará de acordo com o fruto da vida do discípulo. Por isso que não deixamos de ser ouvidos. As promessas estão prontas para serem transformadas em oração. Devemos não só conhece-las, mas torna-las nosso objeto de oração na medida que caminhamos obedientemente.
O início da oração do discípulo começa na prática das escrituras até a frutificação. A partir daí, a oração continua na medida que o grau da necessidade da frutificação dificulte na sua concretização. Deus vela pela sua palavra em cumpri-la. Ele a designou para que seja estabelecida sua vontade na terra como é estabelecida no céu.
Na medida que se pratica a palavra de Deus, se colhem frutos dela. Em determinado local, os frutos são colhidos facilmente, já em outros, é preciso orar para que isso aconteça e se torne algo permanente.  O apóstolo Paulo testemunha dessa experiência com a igreja romana quando escreveu-lhe dizendo: “Quero que vocês saibam, irmãos, que muitas vezes planejei visita-los, mas fui impedido até agora. Meu propósito é colher algum fruto entre vocês, assim como tenho colhido entre os demais gentios” (cf. Romanos 1:13).
Fruto se apresenta na manifestação da justiça. Qualquer obstáculo que impeça tal manifestação, o coração do discípulo perceberá isso. É aqui que a oração ganha sua força, até a concretização e ações de graças.  Sendo assim, serviços, orações é para o louvor de sua graça.  “Cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus” (Filipenses.1:11).
Louvor e gratidão é fruto de lábios de uma boa confissão. “Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome” (hb.13:15).
Enquanto a injustiça impera, somos silenciados, entramos em processo de oração, buscando a intervenção divina, até que haja uma transformação permanente. Depois é só louvor e ações de graças, e a experiência de todo processo.

Amém,



terça-feira, 10 de junho de 2014

PASTOREANDO O REBANHO DE DEUS - 1 PEDRO 5:2-4



Por Marcos Aurélio dos Santos

Durante minha caminhada cristã pude observar o comportamento de alguns pastores quanto ao seu compromisso de pastorear o rebanho que nos foi confiado. Alguns deixaram para mim lições valiosas, especialmente como exemplo de vida, pastores imitadores de Deus, dignos de serem imitados, modelos do rebanho. Porém outros lamentavelmente nos trouxeram nada mais do que profunda decepção, no qual estes, eu não recomendaria ninguém a imitar. Essa experiência me levou a refletir nas escrituras, como se deve pastorear o rebanho de Deus. Suas implicações, desafios, como cuidar de ovelhas à maneira de Deus. O texto que nos chama para reflexão é 1 Pe.5.2-4 que diz: Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós , não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer, nem por sórdida ganância , mas de boa vontade nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o supremo pastor se manifestar, recebereis a inacessível coroa de glória.

        Pedro exorta os pastores a cuidar das ovelhas de Jesus, não por constrangimento, mas de boa vontade. Pastores que vivem queixando-se de seu ministério, que vêem no pastorado um fardo pesado, difícil de carregar, onde não há alegria no que faz, não estão aptos para pastorear o rebanho de Cristo, pois a chamada é para o serviço espontâneo, com liberdade, sentindo imenso prazer em pastorear o rebanho. Pastorear espontaneamente é amar o que faz, é amar a si mesmo, é a mar a Deus e seu rebanho, ensinando-as a caminhar pelas veredas da justiça, encaminhá-las pelo caminho da graça, levá-la nos ombros e cuidar de suas feridas. Dar para elas alimento saudável, nutrição espiritual, palavra de Deus. Ajudá-las em suas necessidades materiais, pois pastores que dizem ter fé mas não faz obras, sua fé é morta (Tg.2.17). Pastorear espontaneamente é ter profundo sentimento de compaixão, misericórdia, é deixar a graça transbordar. Devemos ser pastores cheios do Espírito, com desejo de servir.

       Pedro continua advertindo os lideres daquela comunidade cristã a exercer o pastorado não motivado pelo dinheiro, mas, de boa vontade. A advertência é para fugir da avareza 2 Pe.2.3 . Devem vigiar para que não vejam no rebanho uma fonte de lucro, uma maneira de se dar bem na vida. O mercenário não sente prazer em cuidar do rebanho. Em vez de cuidar, proteger, alimentar, sua intenção é tirar a lã, explorar, negociá-la por bom preço. Disse Jesus: O mercenário que não é pastor, a quem não pertence às ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e as dispersa. O mercenário foge porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. (Jo.10.12-13).

      Certa vez um colega pastor me contou um fato que tem muito a ver com o texto acima citado. Um ”Irmão pastor” convidou-lhe para conhecer uma cidade onde se cogitava a possibilidade de implantar uma nova frente missionária. O pastor foi com boas intenções. Na ocasião negociava-se a compra de um terreno na cidade. Mas para surpresa e decepção do pastor, o “irmão pastor” propôs negociar também os irmãos juntamente com o terreno. Sua intenção era vender o pacote completo. Sua visão pastoral era puramente mercantilista. Para ele o que importava era dinheiro no bolso.

      Histórias como estas e outras bem parecidas, não são difíceis de encontrar em nosso meio. É o pastor que antes de ser contratado, sua primeira atitud  é verificar o rendimento mensal da igreja, se não tiver boa renda, ele não aceita a proposta, espera outra melhor. É o que não pensa duas vezes quando recebe uma proposta financeira melhor do que a que ele ganha e isso sem pensar nas consequências futuras quanto a igreja que pastoreia. É o que vende as ovelhas em troca de benefícios em período eleitoral. É o que centraliza, controla tudo que está ligado a área financeira da igreja. É lamentável.
       Nossa chamada é para servir, cuidar, e isso de boa vontade, pensando no rebanho e no seu crescimento e não no que ele pode render. Exercer a disciplina do contentamento, trilhar no caminho da piedade. Pastorear o rebanho de Deus é pastorear consciente de que as ovelhas nos foram confiadas, que na vinda do senhor haverá prestação de contas. Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! diz o Senhor (Jr.23.1).
        A advertência agora é para que os pastores não sejam dominadores das ovelhas que Deus os confiou. Não devem dominar porque o rebanho não lhe pertence. O sangue derramado na cruz não foi o do pastor humano, mas do sumo pastor que se manifestará em glória (2 Pe.5.4).
      Podemos observar aqui algumas características de pastores dominadores. 1) Coloca-se sempre numa posição acima do rebanho, não aceita estar em pé de igualdade com as ovelhas. 2) Não admite ser questionado, julga-se dono da verdade. 3) Usa da psicologia para causar medo nas ovelhas, tira a liberdade de expressão do rebanho. 4)  Detém o poder a qualquer custo.5) Fica doente quando lhe é retirado o poder. 6) É centralizador em extremo.
       Podemos citar outras características aqui, mas creio que estas já definem por demais os dominadores de rebanho. Digo que pastorear é servir, pois foi este o exemplo de Cristo em seu estilo de pastorear. Se alguém pensa em pastorear, mas não se dispõe a servir aos irmãos, não está apto para cuidar de gente.
     Um versículo que nos chama atenção no texto é 1 Pe 5.1. Reconhecendo suas falhas e caminhando nos passos da maturidade, Pedro ao escrever esta carta demonstra um profundo espírito de humildade, pois sendo apóstolo se considera como um dos presbíteros desmentindo toda e qualquer honra que lhe foi atribuída de primeiro papa.  Quantos de nós pastores estamos dispostos a ser o menor na congregação que pastoreamos?
       Por fim, a advertência é para sermos modelos do rebanho. Então, é imprescindível que as ovelhas vejam em nós o exemplo de Cristo, que através de um relacionamento entre ovelha e pastor possa haver necessidade de imitar. Como diz Paulo: Sedes meus imitadores, como também eu sou de Cristo. Nisto o pastor deve se esforçar para viver um estilo de vida à maneira de Jesus, produzindo frutos, servindo, amando, para que possa receber a coroa de glória (1 Pe 5.4). Mais uma vez digo, pastorear é servir, pois Cristo, o Sumo  Pastor disse dele mesmo: Tal como o filho do homem, que não veio para ser servido mas para servir e dar a vida em resgate de muitos (Mt 20.28).


domingo, 27 de abril de 2014

O TESTEMUNHO CRISTÃO E O ESPÍRITO DA IGREJA

Por Fernando Camboim Filho

A parábola do Rico e Lázaro mostra que o questionamento do rico no Hades veio a partir de uma relação anterior com qualidades humanas, quando eles ainda estavam em vida, e com todas as oportunidades da prática do amor fraternal em Cristo. Depois dessa passagem era impossível qualquer tipo de auxílio de ambas as partes pois um abismo não permitia tal coisa. Estava fora da esfera do Evangelho de Jesus Cristo com suas propriedades eucarísticas, isto é, na carne e no sangue.

A Igreja é uma comunidade de pessoas que a princípio se escolheram reunir em nome de Jesus Cristo e participam da Sua Mesa. Nessa comunidade temos vários tipos de pessoas, temos pessoas célebres, temos pessoas que tem certa condição financeira, temos pessoas bem simples e pobres, temos pessoas com excelente capacidade de expressão e temos aqueles que não falam muito. Todos são membros uns dos outros em Jesus Cristo na qual não faz acepção de pessoas.

Na prática, a função de um Pastor é unicamente nivelar todos os irmãos em Jesus Cristo. Se por acaso um irmão se sente constrangido porque se julga inferior aos demais, o pastor deve ter olhos para perceber isso e elevar aquele irmão até a estatura de Cristo. Se por acaso um irmão se julga importante porque colabora mais dos que os outros, o pastor deve fazer com que o irmão desça do pedestal e se posicione em Cristo. Por exemplo:

Digamos que houve uma enchente, e um irmão mais humilde perdeu a metade de sua casa por causa das águas, ficando apenas com um cômodo que serve para quarto e cozinha, e onde todos dormem à noite espalhados uns sobre os outros. Aí entra a questão do dinheiro da igreja, que não tem limites, todos contribuem para levantar de novo a casa do irmão, porque o amor fraternal faz com que todos se
vejam nele. Por sua vez, o irmão que está sendo beneficiado tem que entender que não está devendo favores a ninguém, está recebendo o benefício por causa de Cristo e dá Graças a Deus. Ele mesmo gostaria de estar numa situação inversa, gostaria de estar ajudando a outros, pois mais bem aventurado é dar do que receber, mas não pode fazer nada a não ser estar agradecido.

A continência pastoral tem que ser unânime para todos e sem nenhuma preferência. O pastor tem que saber que nenhum aspecto de departamento, seja escola bíblica, louvores, tarefas criadas com objetivos evangelísticos, retiro, jejuns, dons espirituais, qualquer coisa que se possa inventar e ainda que seja do agrado das pessoas, ninguém tem nenhuma obrigação com coisas, pois nunca deverá ser maior do que as considerações eucarísticas, que expressa a superioridade do amor que nunca passará.

Depois de feito tudo isso, esse cristão está pronto para agir com todas as pessoas da
circunvizinhança, tratando-as como se elas mesmas pertencessem a sua própria comunidade definida como igreja, levando Jesus no coração com atitudes que irá chamar atenção, ainda que não esteja preocupado com isso, pois é luz do mundo.

O contrário de tudo isso, é ver pessoas que se dizem pastores, apóstolos, bispos, se colocando como intermediários para tudo aquilo que se possa fazer de bom para Deus, como se Deus precisasse de dinheiro, desnivelando as pessoas para serem individualistas. Não estão cuidando do rebanho de Cristo.

Fernando Camboim Filho

terça-feira, 18 de março de 2014

PALAVRAS NÃO SÃO MERAS PALAVRAS!!!!


Romildo Gurgel

O rei Salomão nos ajuda a entender o que se encontra por trás de tudo aquilo que falamos. Os seus ensinos proverbiais ecoam até hoje elucidando o peso de cada silaba pronunciada, seja quem for que a pronuncie.

“As palavras carregam o poder da vida e da morte” (Pv.18:21).

Já em Jesus Cristo tiramos diversos ensinos sobre esse assunto:

1 – Ele nos ensina a discernir hipocrisia dizendo que existe uma raça de víbora falando um monte de coisas boas sendo pessoas extremamente más nas suas ações. Concluiu o seu discernimento assim:

“ a  boca fala do que está cheio o coração”.  (Mateus 12:34b).

Aqui está o discernimento de tudo. Prestem atenção e interpretem o que as pessoas falam.

2 - Jesus ensina ainda que as palavras revelam o caráter de quem as profere. Pelo frutos havemos de conhecer e pesar o que foi falado.

“O homem bom do bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más” (Mateus 12:35)

3 – As palavras determinarão nossa colheita, frutos e nossa recompensa, nosso destino. Tudo aquilo que o homem semear colherá, essas são as palavras do apóstolo Paulo. Jesus aqui declara qual será a recompensa de tudo aquilo que falamos.

“Digo-vos que toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado” (Mateus 12:36-37).

4 - Todas as pessoas pensam, maquinam, planejam e executam. Transformam pensamentos em ações. No entanto nada disso acontece sem que haja palavras.  Palavras são estruturas poderosíssimas. Deus fez os mundos pela palavra do seu poder e sustenta todas as coisas criadas por essa mesma palavra, como está escrito:

“... sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder...” (Hebreus 1:3b)

5 – Por meio da palavra de Deus, pessoas podem passar por uma transformação poderosa de mudança de vida. E sobre essa palavra (evangelho de Cristo) Deus dá aos que lhes pertence a palavra da reconciliação e da pregação.

“Ide ao mundo e anunciai o evangelho a toda criatura quem crer e for batizado será salvo, quem porém não crer será condenado” (Marcos 16:16).

6 – O apostolo Paulo entendeu que o evangelho é o poder de Deus que ainda opera  e produz milagres para aqueles que dão ouvidos –


“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê...” (Romanos 1:16)

Concluo essa pequena reflexão afirmando que:
 Se você faz uso de boas palavras é porque do bom depósito que foram armazenados em seu coração, você está tirando coisas boas.Somado as palavras suas ações autenticam e formam o seu ser. Palavra e ações formam nossa aparência. Caso contrário, se você fala coisas boas e suas ações não correspondem com aquilo que você diz, você estará sendo hipócrita e a verdade não foi trabalhada em sua vida.

Amém,
Romildo Gurgel