segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A NOIVA E O JARDIM



Uma metáfora sobre a igreja acomodada consigo mesma
Autor: Tucco Egg

Em um reino distante havia uma bela noiva, ansiosa por casar-se, mas seu noivo disse que antes das bodas ainda teria que fazer uma longa viagem. Um jardim rude e selvagem cercava a casa do noivo, e ele amava aquele lugar mais que tudo que possuía. Antes de sair para sua difícil jornada, chamou sua noiva, tomou-a pelas mãos e pediu-lhe que cuidasse do jardim até sua volta, que o regasse, podasse, livrasse-o do capim e das ervas daninhas, mantivesse-o vivo, ainda que com o aspecto rude que ele possuía, porque quando retornasse, ele próprio trataria do jardim e o tornaria o mais belo de todos os jardins de todos os reinos. Ao final de todas essas recomendações, tocou os lábio da noiva como os seus e partiu.
No dia seguinte, a noiva foi até o jardim e dedicou-se a ele como seu noivo havia feito enquanto esteve lá. Mas, com o passar dos dias, percebeu que o jardim lhe roubaria a beleza. Suas mãos começaram a sujar, as unhas lascavam, a pele ressecava ao sol. Sementes de capim aderiram ao seu vestido, espinhos e pedras feriram-lhe mãos e pés. Decidiu poupar-se, temendo que o noivo não a aceitasse mais na sua volta. Entrou na casa rodeada pelo jardim, e tratou de cuidar de si, horas em frente a um espelho, ungindo-se com óleo e perfumes.
No lado de fora, dia a pós dia, ervas daninhas e capim cresceram e avançaram em direção à casa. Entravam pelas frestas e abraçavam a casa com mil tentáculos, lacrando portas e encobrindo janelas. Logo o sol já não encontrava espaço para iluminar a noiva. A casa se tornou escura e úmida. Mofo e bolor cresciam nos cantos e o ar tornava-se fético. A noiva, no entanto, permanecia tratando de si, iluminada agora apenas por uma pequena vela, alienada de tudo que acontecia à sua volta. Na penumbra, já não via mais seu próprio rosto, agora pálido, nem as olheiras profundas que se formavam e lhe davam um triste aspecto doentio. Imaginava-se ainda bela e viçosa, enquanto as ervas e o bolor tomavam conta de todo ambiente.
Quando o noivo voltou, encontrou o jardim abandonado e mal podia ver sua casa debaixo da densa vegetação. Do lado de dentro, enfraquecida pela escuridão e sufocada pelo bolor, sua noiva jazia morta. Então, profundamente entristecido, o noivo olhou para o corpo inerte, a casa destruída e o que restara do jardim. Enquanto vagava os olhos úmidos pelo local, encontrou algumas minúsculas flores brancas escondidas entre as ervas e o capim. Seguiu abrindo caminho na vegetação e recolhendo as flores que encontrava espalhada, invisíveis naquele matagal. Encontrou milhares delas, colheu-as e juntou-as em um lindo buquê. Amando-as intensamente, tocou-as com seus lábios enquanto, juntas, tornaram-se elas mesmas a mais bela entre todas as mulheres. Ali mesmo ele a desposou e, em seguida, transformou aquele lugar no mais belo jardim que jamais existiu.

Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus. (Mt.21:31b).  -
Portanto eu lhes digo que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê os frutos do Reino. (Mt.21:43).

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

ESPÍRITUALIDADE EGOLÁTRICA


Na espiritualidade ególatra, o sacerdote se confunde com a divindade.

A egolatria não é o simples cuidado do indivíduo consigo mesmo. Cuidar de si mesmo, afinal, é uma virtude. Quando praticamos o cuidado conosco mesmos, aprendemos a amar mais as pessoas. A egolatria não é também um sentimento de egoísmo. O indivíduo egoísta tem a expectativa de que todas as coisas e pessoas estejam em torno de seus interesses. Sem dúvida, isso é pecado; mas não é, ainda, um culto ao ego. Isso porque, enquanto o egoísta deseja que todas as coisas existam para atender seus interesses, o ególatra acredita que tem o poder para mover todas as coisas e pessoas em torno de si. A principal marca do ególatra é a cobiça, às vezes demonstrada por atitudes extremas. Tal sentimento foi muito bem exemplificado na proposta do diabo a Cristo: “Tudo isso te darei se, prostrado, me adorares.”  

A egolatria é mais danosa do que a idolatria. E existe, lamentavelmente, uma espiritualidade ególatra, aquela que é caracterizada pela prática religiosa cujas celebrações e liturgias favorecem a promoção de personalidades. Na idolatria, a divindade é inanimada; o ídolo não controla a situação. Já na egolatria, oego-deus tem boca e fala; tem nariz e cheira; tem pés e anda. Ele tem uma inteligência cheia de artimanhas; em geral, possui carisma e cativa as massas. O ego-deus consegue passar a ideia de que foi o único dotado para uma missão especial – assim, possuiria poderes especiais, como uma capacidade mística de desvendar os mistérios escondidos no além e trazer revelações sobrenaturais.

Nas instituições caracterizadas pela egolatria, há a necessidade de intermediários entre os devotos e o divino. Por essa razão, os cargos e papéis espirituais são uma espécie de concessão do ego-deus a esses intermediários, sob a condição de trocas simbólicas e materiais. Diante de um ego-deus, todos os seguidores obedecem, sem o mínimo de discernimento. Qualquer atitude crítica é denunciada como rebeldia intolerável. A egolatria é marcada pela necessidade de promoção pessoal, vanglória e arrogância. Os ególatras necessitam de títulos que os façam diferentes. Em se tratando da vocação pessoal, os dons e ministérios não representam habilidades para servir às pessoas; eles são, isso sim, títulos particulares, espécie de insígnias ostentadas como demonstração de poder e domínio. Nos ambientes marcados pela egolatria, títulos que, em si mesmos, em nada credenciam seus detentores como sobre-humanos – como pastor, padre, bispo, apóstolo –, assumem um significado de divinização de indivíduos em seus feudos religiosos e redes de submissão ao seu controle.

Na espiritualidade ególatra, o sacerdote se confunde com a divindade. O agente mágico e a divindade fundem-se numa só personalidade. Mas o ego-deus é materialista, possessivo, vingativo; seu discurso não glorifica ao único Deus, Senhor dos céus e da terra, mas favorece a própria dominação, estimula a vassalagem dos seguidores e legitima a dinâmica do poder. A legítima pregação bíblica é substituída por um discurso caracterizado por frases-feitas e palavras de ordem supostamente capazes de mover a mão divina, decretar a bênção e promover bem estar físico e material aos adeptos – normalmente, em troca dos chamados sacrifícios, quase sempre realizados através do dinheiro.

Se, numa determinada comunidade, as pessoas estão dando mais ênfase à experiência espiritual que isola, discrimina os de fora e põe os supostamente espiritualizados em pedestais, é bem provável que estejamos diante da espiritualidade egolátrica, e não do modelo proposto por Jesus Cristo. No Evangelho de Cristo, o que é aparentemente oculto é revelado aos pequeninos do seu Reino. As boas novas “escondidas” em Deus, de fato, estavam sempre presentes; todavia, os seres humanos sofisticados não compreenderam a singeleza dessa mensagem: a de que aos pobres e aos pequeninos é que foram reveladas as boas novas a respeito do Reino de Deus (Lucas 10.18-19). As “revelações” recebidas pelos poderosos dos empreendimentos religiosos não dizem respeito à mesma revelação anunciada pelo Filho de Deus aos pobres e pequeninos.

É muito importante que saibamos discernir entre a espiritualidade revelada por Jesus de Nazaré e aquela praticada nas ambiências egolátricas da cristandade brasileira.

Pr Carlos Queiroz

sábado, 3 de novembro de 2012

ENTREVISTA COM O DEMÔNIO



(Nota: Esta publicação não aconteceu, é  apenas para ilustração.)

1) Como é o seu nome?
    Demônio: Meu primeiro nome não quer dizer nada para vocês, só para Deus, pois
    já houve muitas mudanças ao longo do tempo, muitos nomes.
2) Como assim, você evoluiu?
    Demônio: Quando se é julgado não se evolui mais, se estaciona, e o que
    se pode fazer é engordar, isto é, expandir horizontalmente, aumentar o número de influência
    associando pessoas, mas a estatura sempre será a mesma independente de subjugação.
3) Não tem mesmo como evoluir?
    Demônio: Impossível, o julgamento parou tudo junto com o meu primeiro nome, e aquilo que
    esperamos encontrar nas pessoas torna-se uma armadilha, por isso precisamos unir mais
    entidades, e mais outras até formar-se uma legião para que se possa parecer um pouco com o
    homem, que naturalmente evolui com Deus enquanto vive.
4) E o homem pode ajudar nisso?
    Demônio: Não, quando se morre segue-se ao juízo, mas no nosso caso já fomos julgados e tudo é
    um beco sem saída, e até mesmo quando o homem se submete a nós também estaciona, não tem como
    sair disso.
5) Como é a vida de vocês?
    Demônio: Não chamo isso de vida, mas de desespero, é como um inferno, tentamos achar uma saída
    o tempo todo por isso procuramos na promessa do homem as brechas, evitamos os animais, mas
    mesmo assim não dá certo, terrível foi o juízo, e o máximo onde se pode ir é pela semelhança
    com o homem no passado, e esperar que não se descubra o esconderijo.
6) Como se descobre o esconderijo, ou seja, quando se sabe que uma pessoa está possessa?
    Demônio: É desesperador, não ha controle, é a maior bagunça na fraqueza, o controle vem de
    fora e não de dentro, é um inferno.
7) Como se controla?
    Demônio: Medo.
8) Como assim, medo!
   Demônio: Temos medo e conseguimos externar o nosso próprio medo e mentir para os que nos
   abordam. Quando uma pessoa sente medo é o nosso medo que sentimos, e plantamos isso nelas por
   causa da carne, e que a mentira a faz pensar que o medo é dela, senão estaremos mais uma vez
   perdidos. Mentimos em tudo que o homem pode acreditar.A mentira começou tudo isso.
9) Então vocês passam o medo ?
   Demônio: É a primeira coisa, e tem gente que ainda está correndo por aí.
10) E a resistência?
   Demônio: A fé que Jesus inventou pela criação (Jesus é o autor e consumador da fé). Para estes
   somos como um animalzinho em extinção, e seria até bom que já estivéssemos sido extintos, mas,
   o tempo pertence a Deus, e o juízo, e a ressurreição, e o que se pode fazer é esperar.11) Quem pode expulsar vocês?
    Demônio: Tem casos que qualquer pessoa de bom caráter moral tem autoridade para isso, pois já passa uma imagem de Deus que nos faz tremer, mas tem casos que não é o suficiente.
12) Como assim ?
   Demônio: Quando se quer ir mais além que envolve o espiritual, é preciso ter a autoridade de Jesus, que pelo sacrifício, só com jejum e oração é que se compreenderá o nivelamento, aí não tem como.
13) Então o sacrifício de Jesus tem esse poder !
    Demônio: O sacrifício de Jesus salvou o homem. "Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. (I S.João 5:12)" . Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do Unigénito Filho de Deus. (João 3:18)
14) Então vocês já foram julgados ?
   Demônio: Já (João 16:11). Não se deve brincar com Deus. A misericórdia, a longanimidade, o amor, e quando
   levamos ao descaso as oportunidades que tivemos outrora (nosso caso), pecamos na presença de
   Deus (que é uma blasfêmia), diferente de quem peca na ignorância e alcança misericórdia em
   Jesus Cristo homem. Blasfêmia é conhecimento de causa, é pecar na presença de Deus,no
   espiritual, não existe perdão para isso, como poderia!
15) Como se procede a possessão?
   Demônio: Algo mais além do pecado. Três coisas que atrai nossa semelhança para morada. Uma
   pessoa sem fé, sem esperança e sem amor. Pessoas vazias de vida, deprimidas e minadas pela
   opressão, e já sem forças se entreguam a possessão, e quando não suportam mais nos julga pelo
   que já somos e chega até cometer suicídio expondo a nossa condição.
16) Como você respondeu a tantas perguntas?
   Demônio: Somos muitos. Uns aqui não entendem nada, só fazem latir como um cachorro, miar como
   um gato e tem de tudo aqui nessa cabecinha, mas as respostas saíram por uma mesma boca,
   enquanto o cara aqui dormia.

Fernando Camboim Filho
(Irmão na fé) 

SALVAÇÃO E RESSURREIÇÃO



Salvação e  ressurreição estão totalmente entrelaçados. Não há como existir um sem o outro. A salvação é para a eternidade e a ressurreição é o estado reanimado da natureza humana se revestindo da eterna, isto envolve (corpo, alma e espírito humano). No entanto, a vida eterna é uma vida de comunhão com Deus e esta vida é partilhada pelo conhecimento de Deus em Jesus Cristo, como está escrito:

“E a vida eterna é esta: que ti conheçam a ti, o único Deus verdadeiro,  e a Jesus Cristo a quem enviaste” (João 17:3).

A salvação incorpora o selo de garantia da possessão do Espírito Santo em nosso espírito humano. Este selo traz consigo, a morte e a vida da ressurreição do Senhor Jesus para o contexto da nossa experiência da fé, como está escrito:

“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou  a Jesus dentre os mortos,  esse mesmo que ressuscitou  a Cristo Jesus dentre os mortos,  vivificará também  o vosso corpo mortal, por  meio do  Espírito, que em vós habita” (Romanos 8:11).

A salvação e a ressurreição é a maior experiência que o cristão experimenta ao unir-se com Deus através de Jesus Cristo. AGORA, além dessa experiência ser experimentada no âmbito do espírito humano,  na nossa alma,  deverá ser despejada em nossos gestos e atitudes.

Deus vem a nós em Jesus Cristo. Ele tomou nosso lugar, se apossou do nosso pecado e morreu a nossa morte. A simples declaração “Cristo morreu pelos nossos pecados” é mais do que suficiente.  É pela fé, interiormente, e pelo batismo exteriormente, que nos tornamos unidos a Cristo através da sua morte e ressurreição.  Nós morremos e ressuscitamos com ele. No entanto agora, devemos levar em consideração em estar mortos para o pecado e vivos para Deus, como fala as escrituras:

“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros  do seu corpo ao pecado, como instrumento de iniquidade; mas oferecei-vos  a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de Justiça” (Romanos 6:11-13).

Amém...
Romildo Gurgel