terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO


Por
Romildo Gurgel

LEITURA BÍBLICA: (Mt.13:24-30 e 36-43)

INTRODUÇÃO:
Depois da parábola do semeador e de sua interpretação, Mateus relata que Jesus contou outra parábola, a história de um fazendeiro abastado. Ele tinha servos e também ajudantes, no tempo da colheita. Como fazendeiro, esse dono de terras tinha usado boa semente em seu campo, ou seja, as sementes não eram misturadas, a boa semente não esta misturada ao joio. Assim que ele acabou de semear o trigo, veio o inimigo. Ele chegou escondido pelas trevas, enquanto todos dormiam, e semeou joio por sobre o trigo. Com certeza não fez isso pelo campo todo. Aqui e ali, ele espalhou a semente. Ninguém poderia saber, até à chegada da colheita. O joio tem aparência exata do trigo. Mas, quando as plantas começam espigar, qualquer um pode distinguir o trigo do joio – Jesus disse: “pelos seus frutos os conhecereis’’ (Mt.7:20).
Uma vez que o joio é identificado, por estar crescendo junto com o trigo, é impossível resolver o problema de arrancá-lo antes da colheita do trigo. As raízes do trigo e do joio estão emaranhadas que quem puxar o joio vai arrancar também o trigo. Os empregados do fazendeiro o alertaram sobre o problema e até mesmo mostraram vontade de fazer algo a respeito. O fazendeiro apenas lhes explicou que um inimigo tinha feito aquilo e deveriam deixar tudo como estava até à chegada da ceifa. Então os ceifeiros receberiam instruções para colher o joio e atá-lo em feixes, e para recolher o trigo no celeiro.
Embora, no final, o fazendeiro consiga resolver de algum modo aquela situação, ele sabe que o joio absorveu umidade e nutrientes que se destinavam ao trigo. Sua produção de grão será substancialmente menor que a esperada. Apesar de toda a sua experiência de cultivo, somente meses após o mal ter sido feito, o fazendeiro se deu conta de que seu inimigo o atacara. Ele tem que enfrentar as conseqüências perpetrada por seu inimigo.

I - INTERPRETAÇÃO – (Mt.13:36-43)

De acordo com Mateus, os discípulos de Jesus lhe pediram uma explicação sobre a parábola do joio. A explicação é dada em poucas palavras. Pode ser lida assim:

1. O que semeia a boa semente - é o Filho do homem;
2. o campo - é o mundo;
3. a boa semente - são os filhos do reino;
4. o joio - são os filhos do maligno;
5. o inimigo que semeou - é o diabo;
6. a ceifa (sega, colheita) - é a consumação do século, e
7. os ceifeiros (pessoa que colhe) - são os anjos.

II - PONTOS MAIS SIGNIFICATIVOS DA PARÁBOLA

1. A parábola revela um conflito entre o bem e o mal, entre Deus e Satanás
• O Filho do Homem semeia a boa semente
• O diabo semeia o joio

2. O fazendeiro tem servos que estão sempre de olho na plantação. Isto indica que eles trabalham na plantação por ordem do fazendeiro. A conversa do fazendeiro com o servo, parece não ter muita importância, visto que a ênfase da interpretação não foi levada em consideração se encontra no final da parábola
a) Os servos utilizaram na plantação a boa semente (o Filho do Homem). Daí é que surge a especulação deles: (plantamos a boa semente, e agora nascem joio e trigo.
Eles vão ao fazendeiro e dizem: “não semeaste boa semente no teu campo ? Donde vem, pois, o joio ? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: queres que vamos e arranquemos o joio ? Não! Replicou ele, para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. (Mt.13:27-28)

b) Na interpretação o que semeia a boa semente é o Filho do homem (v.37)
 Jesus é o que semeia e também é a própria semente.
 Nós também poderemos semear, pois somos os seus servos – (Mt.25:31-46)

c) Os servos refletem a impaciência de muitos cristãos no reino de Deus. Com o pretexto de manter a pureza da Igreja, crentes zelosos têm causado dano incalculável, julgando e afastando outros cristãos da Igreja.
 Ninguém deve deduzir que a parábola ensina a eliminação da disciplina ou desaprova o cumprimento e a aplicação da lei. Ao contrário, as escrituras ensinam claramente que a disciplina deve ser mantida – (Mt.18:15-17 – Rm 13)
 Devemos ser pacientes e não nos auto-nomearmos juízes – (Tg.5:8-9)

(Mt.7: 1) - Não [julgue]is, para que não sejais julgados.

(Lc.6: 37) - Não [julgue]is, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados.

(Jo.12: 48) - Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o [julgue]; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia.

(Jo.14: 3) - Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não [julgue] a quem come; pois Deus o acolheu.

(Jo.14: 1) - Portanto não nos [julgue]mos mais uns aos outros; antes o seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão.

(1Co.4:5) - Portanto nada [julgue]is antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não só trará à luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o seu louvor.

(Cl.2: 16) - Ninguém, pois, vos [julgue] pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados,

3. O campo é o mundo – pode ser chamado também de seara – campo de sereais.

(Mt.9: 37) - Então disse a seus discípulos: Na verdade, a [seara] é grande, mas os trabalhadores são poucos.

(Mt.9: 38) - Rogai, pois, ao Senhor da [seara] que mande trabalhadores para a sua [seara].

 Aqui trata-se das pessoas que estão no mundo
 As pessoas estão sujeitas a receberem dois tipos de sementes e a se alimentarem por dois tipos de árvores
 O mundo jaz no maligno
 a ordem é: ide por todo o mundo e semear a palavra nos corações

4. A boa semente – são os filhos do reino

a) São os que nasceram da semente incorruptível – (1Pe.1:23; Tg.1:18; Jo.1:13-14; Jo.3:5)
b) São os que são criados em Cristo Jesus, para produzir trigo – (Ef.1:10)
c) A boa semente faz com que a pessoa seja um produtor de trigo

5. O joio – São os filhos do maligno – No geral, eles querem cirandar como trigo (Lc.22:31)

a) Não são regenerados, ou seja, não nasceram de novo – (Jo.3)
b) Andam segundo o curso deste mundo – (Ef.2:2a)
c) Andam segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que opera nos filhos da desobediência – (Ef.2:2)
d) Andam segundo a inclinação da carne – (Ef.2:3a) (vd também Gl 5:19-21)
e) Fazem a vontade da carne e dos pensamentos – (Ef.3:3b)

6. O inimigo que semeia o joio é o diabo

O joio causa:

a) Moléstias – (Jó.1:5-10; Mt.9:33; 12:22)
b) Distúrbios mentais – (Mc.5:4-5; Lc.8:35)
c) Impureza moral – (Mc.5:2-13; At.5:16; 8:29)
d) Disseminam de falsas doutrinas – (2Tss.2:2; 1Tm.4:1)
e) Oposição aos filhos de Deus no seu progresso espiritual – (Ef.6:12) rouba-lhes os nutrientes necessários para o crescimento sadio.
f) As vezes possessão de seres humanos e até mesmo animais – (Mt.4:24; Mc.5:8-14; Lc.8:2; At.8:7; At.16:16)
g) A mentira – (Jo.8:44; 2Co.11:3)
h) A tentação – (Mt.4:1)
i) O roubo (Mt.13:19)
j) Tormenta – (2Co.12:31)
k) Ele estorva (incomoda, dificulta) – (Z c.3:1; 1Tss.2:18; Ef.6:12)
l) Ele peneira como trigo – (Lc.22:31)
m) Ele imita – (2Co.11:14-15; Mt.13:25)
n) Acusa – (Ap.12:9-10)
o) Faz devorar – (Jo.8:44; 1Pe.5:8)

7. A ceifa é a consumação do século e os ceifeiros são os anjos –

Como será a ceifa ? As seguintes parábolas abaixo descreve:

a) Mt.25:1-13 –Parábola das 10 virgens
b) Mt.25:14-30 – Parábola dos talentos
c) Mt.24:45-51 – Parábola do bom servo e do mau

Bibliografia

1. Palestras em Teologia Sistemática por Henry Clarence Thiessen
2. As parábolas de Jesus – Simon J. Kistemaker

Elaborado pelo
Pr.Romildo Gurgel

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